Em meio a alta no preço da carne bovina, o alimento, que sempre foi estrela nos pratos da maioria dos brasileiros, vem sendo deixado de lado por algumas famílias, que preferem substituir a proteína por opções mais em conta.
Nos 12 meses terminados em outubro, o alimento acumulava alta de 22,06%. Dessa forma, a proteína ainda continuou sendo um luxo para muitas famílias brasileiras.
Quando vamos substituir a carne vermelha devemos pensar em alimentos como ovos, frango, peixe e até os alimentos que são ricos em proteínas vegetais, como ervilha, lentilhas, grão de bico e outros.
O quadro se agravou ainda mais durante a pandemia, quando a população tornou-se ainda mais vulnerável financeiramente. Nesse contexto, muitos optaram por fazer substituições na hora da compra e, consequentemente, mudaram a alimentação.
A médica nutróloga Maria Gabriela Saldiba Coutinho explica que a carne bovina é rica em proteína, vitaminas e minerais.
E quem consome este alimento consegue absorver as vitaminas do complexo B e ferro.
Apesar de sua importância nutricional, a médica afirma que é possível fazer substituições saudáveis e mais em conta e, ainda sim, não perder as vitaminas que são necessárias para o corpo.
“Quando vamos substituir a carne vermelha, devemos pensar em alimentos como ovos, frango, peixe e até os que são ricos em proteínas vegetais, como ervilha, lentilhas, grão de bico e outros”, afirma.
O ovo, que já foi um alimento controverso na opinião dos especialistas, entra como uma das opções mais acessíveis para aqueles que querem substituir a carne vermelha. Dependendo do estabelecimento e do tipo do ovo, o preço varia, porém é possível comprar 20 unidades por cerca de R$ 13 em Cuiabá.
Além de poupar no bolso, a médica afirma que o ovo também é proteico e tem vitaminas e minerais como a carne bovina.
“Seus nutrientes melhoram a imunidade, garantem saciedade e auxiliam no controle de peso, tornando a substituição uma opção favorável”, explica.
Agora, para aqueles que não abrem mão da carne, a profissional indica o frango e o suíno como boas opções. No entanto alerta para manter a atenção no preparo desses alimentos. Isto porque alguns cortes têm excesso de gordura, algo que, consumido diariamente, pode ser prejudicial à saúde.
“É importante lembrar que o preparo do alimento tem impacto em seus benefícios. Evite consumir a pele [do frango] e opte por fazer sempre grelhado, assado ou cozido”, orienta.
“No caso dos suínos, os cortes mais magros devem ser escolhidos. Filé mignon, lombo, bisteca, e o pernil são ótimas pedidas”, indica.
Vegetarianismo e veganismo
Em busca de uma opção menos nociva para o meio ambiente e para os animais, o grupo de pessoas que escolheu cortar a carne do cardápio de forma definitiva vem crescendo no Brasil. Os veganos e vegetarianos ganharam um espaço no mercado que antes não havia e cada vez mais adeptos se juntam ao movimento.
A alimentação não precisa ser algo inacessível, temos opções que atendem nutricionalmente todas as necessidades e que não são industrializados.
Maria Gabriela explica que o veganismo exclui todos os alimentos de origem animal, como ovos, leite, carnes, gelatinas, dentro outros. Nesta condição, os adeptos substituem os alimentos por vegetais, frutas, leguminosas, raízes.
O vegetarianismo segue quase todas as mesmas restrições, porém uma pessoa que opta por este tipo de alimentação pode ou não comer laticínios de origem animal e o ovo. Alimentos que estão definitivamente fora das opções do vegano.
Com a alta na demanda, as grandes empresas começaram a produzir seus próprios alimentos sem uso de animais e hoje já é possível encontrar de forma acessível as “carnes” feitas com soja e vegetal.
No entanto, ainda que haja mais opções no mercado, os itens industrializados ainda não têm um preço tão acessível àqueles que têm condição financeira mais vulnerável. Esse é um dos motivos para que muitos desistam de tentar esse novo estilo de vida.
Sobre o assunto, a nutróloga afirma que é possível manter uma alimentação vegana e vegetariana sem gastar muito, mas para isso é preciso abrir mão de comer apenas os industrializados.
“A alimentação não precisa ser algo inacessível, temos opções que atendem nutricionalmente todas as necessidades e que não são industrializados. Além de receitas que podem ser uma opção mais barata e disponível na internet”, explica.
A médica ainda encoraja aqueles que querem tentar se adaptar a esta nova alimentação, porém afirma que para fazer a transição de uma dieta com carne animal para uma alimentação sem esta proteína é preciso pedir ajuda a um profissional.
“No início é recomendado o acompanhamento profissional para auxiliar neste novo hábito alimentar e para o mapeamento dos nutrientes e o possível impacto que a mudança poderá gerar no indivíduo”, orienta.
Fonte: Mídia News