A deputada federal Rosa Neide (PT) demonstrou confiança de que as arestas entre petistas e socialistas serão aparadas caso a federação entre PT e PSB seja confirmada. Afinal, como reforça a parlamentar, a escolha pela federalização ou não é exclusiva dos diretórios nacionais, restando aos estados apenas seguir tal decisão.
A formação do bloco deve ser formalizada até 1º de março e vem gerando reclamações desde que começou a ser debatida, no final de ano passado. Em alguns estados as divergências entre os partidos são maiores, mas em Mato Grosso a questão está no fato principal de o PSB estar na base do Governo Mauro Mendes (DEM), enquanto o PT liderar a oposição.
Além disso, Rosa Neide afirma acreditar que a federação entre as duas legendas será consolidada. “Os partidos de esquerda são unidos em nível nacional. Claro que tem divergência nos estados, como Mato Grosso, mas estamos conversando com o presidente do PSB (deputado estadual) Max Russi e os deputados. Vejo um bom encaminhamento, não vejo tanta dificuldade”, disse ao Olhar Direto.
“Para presidente da república, PSB já declarou apoio a Lula, independente de federação. Então, a decisão está tomada em nível nacional, por isso acredito na federação, que é para as candidaturas proporcionais. Acredito que seguiremos juntos em Mato Grosso”, completou.
A petista explica que sua expectativa é que em Mato Grosso o bloco tenha candidatos ao Senado e ao Governo, caso contrário, petistas e socialistas não declarem apoio formal a nenhum outro nome nas eleições de outubro.
“A federação estará junto com o presidente da república e nas proporcionais, e espero que cheguemos em um acordo para apresentarmos candidatura ao Senado e ao Governo. Caso não tenha, essa federação não terá candidatura e não irá declarar apoio formal a ninguém. Há essas duas situações: não apresentar apoio formal a ninguém ou ter a candidatura. Isso que estamos construindo, espero que tenhamos uma boa candidatura em Mato Grosso”, declarou.
Ainda sobre a proximidade de Max com o governador Mauro, com a possibilidade até de o socialista sair de vice em eventual reeleição do democrata, Rosa Neide afirmou que tudo é possível, mas que é preciso aval nacional.
“Estando federado, qualquer ação no estado precisa ter autorização da federação nacional. Estamos construindo essas questões, na política, tudo o que for bem dialogado pode acontecer. Mas, nesse caso de federação, é preciso ter fidelidade”, pontuou.
Ao contrário da deputada, Max e o também deputado estadual Lúdio Cabral (PT) se declararam contrários a federação. O socialista foi voto vencido entre os presidentes regionais do PSB e o petista pontua a divergência em relação ao Palácio Paiaguás.
A federação é uma novidade das eleições de 2022, aprovada pelo Congresso e posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral. O sistema permite que dois ou mais partidos se unam para atuar como uma só agremiação política nas eleições e na legislatura, devendo permanecer assim por um período mínimo de quatro anos.
As direções do PT e PSB decidiram que vão recorrer ao TSE para ampliar o prazo previsto para consolidar a federação. Querem que a discussão possa ser feita até julho.
Fonte: Olhar Direto