O empresário João Nassif Massufero Izar, acusado de ser líder de uma organização criminosa, foi preso na manhã desta sexta-feira (04) em Cuiabá pela Polícia Civil. Ele é o principal alvo da Operação Xeque Mate, que investiga um grupo de 10 pessoas pelos crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais.
Além de Nassif, foram presas outras seis pessoas em Sorriso nesta manhã. São eles: o casal de empresários Valdelírio Krug e Viviane Menegazzi, o professor do ensino básico David dos Santos Nascimento, Danilo Pereira Lima, Cassiane Reis Mercadante e Rodrigo Calça.
Já Sandoval de Almeida Júnior, Ângelo Markosi da Cunha e Mauri Moreira da Silva estão foragidos.
“Conseguimos prender sete pessoas. Ainda existem pessoas que estão sendo perseguidas pela Polícia Civil. Foi dado cumprimento aos mandados, feita as apreensões, deu-se o prazo para relatar o inquérito com as informações adquiridas e dar início às novas investigações”, disse o delegado de Sorriso Bruno França, que esta à frente do caso a TV Cidade Verde nesta manhã
Conforme a Polícia, o grupo atuava, inicialmente, na diluição dos produtos de roubo e furto de defensivos agrícolas. A investigação apontou que eles usavam principalmente uma empresa de compra e venda de carros de luxo para a suposta lavagem de dinheiro.
A polícia apontou que, ao todo, o bando movimentou o equivalente a R$ 72 milhões.
“Nos últimos 38 meses, que é o tempo em que polícia fez analise financeira, a gente acredita que conseguiu comprovar – sem margem de dúvida – que R$ 72 milhões de dinheiro ilícito foi lavado pela associação criminosa. Grande parte na compra e venda de carros de luxo”, disse o delegado.
Investigação
A apuração realizada pela Delegacia de Sorriso identificou que o grupo possuía um líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação de defensivos agrícolas e de cargas de grãos roubados.
Ao todo, a ação cumpre 24 ordens judiciais, sendo 10 prisões preventivas e 14 buscas e apreensões domiciliares, além do afastamento de sigilo e sequestro de bens.
Segundo a investigação, os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.
Nos levantamento, chegou-se a um dos integrantes do esquema criminoso, identificado como professor de ensino básico. Conforme a declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do profissional chegava a quase R$ 10 mil mensais.
Contudo, em nome do professor, a investigação constatou que, no período de 38 meses ele, teve creditado em suas contas bancárias a quantia de R$ 6,6 milhões. Ou seja, o rendimento mensal real seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que, segundo a Polícia, foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.
A investigação apurou também que o crime de lavagem de dinheiro teve como outra fonte a compra e venda de automóveis de luxo, por meio de pessoa jurídica.
Um dos investigados trabalhava em uma farmácia e tinha um rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400. Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1,4 milhão e reside em um imóvel no valor de R$ 500 mil.
Fonte: Mídia News