O presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Nilson Leitão, afirmou em entrevista ao VGN, que o agronegócio não é um partido político e sempre terá desafios em todos os Governos que assumam, pois existem muitos assuntos que estão atrasados.
De acordo Nilson, mesmo o Agro, hoje, sendo um setor que avançou na tecnologia, na exportação, relacionamento internacional e que consegue produzir mais em menos áreas, ainda têm legislações do século passado.
Para o presidente do IPA, a diferença do primeiro Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para este, é que agora o Agro está com as instituições, as entidades muito mais estruturadas, organizadas e profissionalizadas, e com dados e números para convencer, argumentar e até debater com àqueles que acham que o Agro tem muitas vantagens.
“Não tem vantagens. O Agro paga muito imposto e o concorrente do Agro não é o Brasil, mas outros países. É este pensamento que tem que ter. O produtor de alimentos brasileiro ele é concorrente do produtor de alimentos da Argentina, Austrália, Europa e dos Estados Unidos. Então, quando aqui onera o preço da produção, automaticamente nós perdemos a concorrência para exportar. E se a exportação do Agro é o carro-chefe da economia brasileira, o Governo está dando um tiro na própria cabeça quando onera o Agro”.
Questionado quanto aos empresários do agronegócio ter sido contra Lula, nas eleições, e se ele acredita que á aceitaram a derrota, Nilson Leitão disse que não pode misturar o Agro que produz com o eleitor que por acaso é produtor rural.
O produtor rural tem o direito de escolher em quem ele vota, mas, de acordo com Nilson, o Agro, no papel de produção, do setor produtivo, tem que se ater no tema dele.
“Nas suas horas de folga, na sua vida como cidadão partidário, na sua vida na sociedade civil, ele escolhe a religião, o partido, o que ele quer, mas na sua função de produtor rural, ele é uma autoridade importante para poder defender o setor produtivo. Por isso, tem que se relacionar, e não tem como não conversar com o novo Governo. Gostando ou não dele, precisa debater assuntos”, frisou Leitão.
Sobre Mato Grosso ter o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD) para representar o Estado, o presidente do IPA disse que é sempre bom ter um ministro do seu Estado, e destacou que Fávaro já foi empresário da soja, conhece o agronegócio, assim como já fez parte do Agro de Mato Grosso e do Brasil, “o que se espera são benefícios para o Estado”.
“É importante que ele se atenha a pauta do Agro e não apenas a pauta do Governo, ou seja, uma pauta ideológica. Nós temos muita expectativa que isso ocorra, e, é claro que vamos torcer e ajudar que isso ocorra, para que o ministro tenha essa pauta do agro sobre sua tutela”, finalizou Nilson Leitão.
Fonte: Vgn Notícias