Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução
Taiza Tosatt Eleoterio Ratola e Wander Aguilera Almeida, alvos da Operação Cleópatra, tiveram a prisão mantida pelo juiz plantonista Mirko Vincenzo Giannotte, que considerou a gravidade dos crimes e a periculosidade dos suspeitos. O casal é investigado por envolvimento em um esquema de pirâmide financeira, com prejuízo estimado de R$ 2,5 milhões às vítimas. Além disso, na casa deles foram encontradas munições de uso restrito.
A Operação Cleópatra foi deflagrada pela Delegacia do Consumidor no último dia 31. Além de Taíza, também foram alvos da polícia o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola e o cirurgião-geral Diego Rodrigues Flores.
Com argumentos envolventes e promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
A investigada foi presa com seu companheiro Wander Aguilera Almeida ao desembarcar no aeroporto de Sinop. Eles foram acusados de contrabando, porte ou posse ilegal de arma de fogo, e comercializar ou estocar produtos falsificados.
Segundo relatos da polícia, quando Taíza e Wander chegaram à área de desembarque, ela foi comunicada sobre sua prisão preventiva e informada sobre a busca e apreensão que seria realizada na casa onde mora com Wander.
No local, foram encontradas munições de arma de fogo de calibre restrito (.357) no quarto do casal. A princípio Taíza teria dito que as munições seriam de Wander. No entanto, quando o casal se reuniu na sala, ela mudou a versão e disse que as munições eram se seu ex-marido policial federal.
Também foram encontrados produtos anabolizantes de origem estrangeira, que têm venda proibida no Brasil. Taíza, novamente, afirmou que os produtos eram de Wander e o homem acabou confirmando.
O Ministério Público pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. A defesa do casal pediu o relaxamento da prisão, argumentando excesso de prazo para a realização da audiência de custódia. Taíza e Wander foram presos no dia 31, mas só passaram por audiência na tarde de sábado (2).
A princípio o caso havia sido encaminhado à Justiça Federal, que realizaria a audiência, mas o juiz federal André Perico Ramires dos Santos, da 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Sinop, determinou o encaminhamento para a Justiça estadual. Ele concluiu que não há elementos para permitir que o processo tramite na esfera federal. Ao analisar o caso o juiz Mirko Vincenzo Giannotte viu que a prisão está justificada.
“No presente caso, constato que se encontram presentes todos os requisitos ensejadores da prisão preventiva (…). Os indícios de materialidade e autoria delitiva decorrem dos elementos de prova acostados aos autos, mais precisamente, pelo depoimento dos policiais que participaram da abordagem, corroborado com os demais elementos constantes do caderno processual”, pontuou.
Além disso, ele destacou que em liberdade os dois investigados oferecem riscos. Ele considerou a gravidade dos crimes, a quantidade e variedade de itens apreendidos com eles, a presença de munições de uso restrito na casa deles e os antecedentes criminais.
“Percebe-se a necessidade de manutenção da prisão, (…) não havendo que se falar, portanto, em liberdade provisória ou outras medidas cautelares, eis que as medidas cautelares diversas da prisão mostram-se inadequadas e insuficientes no caso”, afirmou o juiz ao converter em preventiva a prisão em flagrante.