Ingredientes que compõem café da manhã sofrem aumento expressivo em 2025

Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: TV Brasil/Caminhos da Reportagem

Escalada da inflação torna café da manhã dos brasileiros um pouco mais indigesto, pelo menos para o bolso. Isso porque quase todos os produtos que compõem a primeira refeição do dia tiveram aumento expressivo neste ano, com destaque para o café moído. O produto disparou mais de 66% e acumulou alta 13 vezes superior o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme os dados divulgados nesta semana. Outro item com salto expressivo nos preços foi o ovo, que no último mês chegou a ter alta semanal de 40%.

A servidora pública Maria das Graças Pinheiro conta que o momento força adaptações no padrão de consumo para não tomar medidas mais drásticas. Como apaixonada por café da manhã, essa onda de aumentos compromete uma grande parcela do orçamento e requer uma certa diminuição no consumo de café, leite, ovos e pães para evitar cortes de produtos, de certa forma, supérfluos ou complementares, como queijos e frutas, detalha.

Nos casos do café e do leite, a majoração está ligada à queda na produção devido às condições climáticas desfavoráveis. Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio-MT) divulgado na quarta-feira (12) aponta que o preço da embalagem de 500 gramas do grão nos supermercados de Cuiabá é de R$ 26,96. Na mesma data do ano anterior, o valor era de R$ 15,60 -um incremento de quase 73 pontos percentuais.

Em 2025, estamos em um ano de bienalidade negativa, resultando em uma safra menor. Secas e temperaturas elevadas nas principais regiões produtoras do Brasil afetaram o ritmo da produção e reduziram a oferta. Os produtores sofrem com aumento nos custos de insumos e logística e a primeira estimativa é de queda de 4,4% na produção nacional, explica o engenheiro agrônomo, Leonardo Machado.

Já em relação à proteína, o calor excessivo provocam diminuição na postura. Vale destacar que parte dos produtores enfrentara a subida dos principais componentes de ração, feitos com farelos de soja e milho, e fez investimentos na climatização dos galpões, aumentando a demanda e os gastos com energia, comenta o presidente-executivo da Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav), Lindomar Rodrigues.