Pecuaristas de todo Brasil protestaram nesta segunda-feira (03.12) em frente às agências Bradesco contra uma campanha de marketing da instituição financeira, que foi ao ar no dia 23 de dezembro, recomendando “a segunda sem carne”. Em Cuiabá, o protesto “Segunda com Carne” em alusão à “Segunda sem Carne” foi realizado em frente agência da Barão de Melgaço.
Durante o ato, os pecuaristas questionaram o posicionamento do Bradesco, principalmente, porque o banco, contratou influenciadoras que davam dicas de como o consumidor pode ter hábitos mais sustentáveis e reduzir a pegada de carbono. Após a repercussão negativa, o banco retirou das redes sociais o material que causou a polêmica.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá e conselheiro Estadual da ABCZ, Jorge Pires de Miranda, o protesto é contra a propaganda negativa em vídeo publicitário. “Esse movimento é uma inverdade, temos metodologia que mostra que o setor não tem essa contribuição para o aumento da emissão de carbono. Esses números não são verdadeiros”, declarou.
Ele foi questionado sobre a contradição em expor uma churrascada em uma Capital — onde as pessoas dormem na fila de ‘ossinhos’, o produtor destacou ser necessário políticas públicas governamentais, para melhorar a renda da população.
“Nós do setor produtivo, da pecuária, nós também nos sentimos envergonhados com essa questão da fila de ossinho, mas eu quero dizer que se o Brasil não avançasse e não tivesse hoje a produtividade que ele tem, eu tenho certeza que muito mais cara seria a comida do brasileiro e a comida do mundo inteiro. Então, a pecuária faz um grande trabalho, e essa questão dos ossinhos é uma questão de política governamental”, declarou.
Questionado sobre o excesso que vai para exportação enquanto brasileiros não conseguem comprar em razão da alta no preço: “A questão da exportação, o Brasil exporta apenas 25% do que produz, 75% é para consumo interno, então, esse consumo interno se temos uma diminuição da produtividade, essa carne ficará mais cara para a grande massa da população. Se importássemos mais do que exportamos, seria ótimo para o Brasil, conseguiríamos preços internacionais melhor, do que temos aqui, não é um subsídio, mas a carne do consumo interno ficaria até mais barato”, justificou o produtor.
Os pecuaristas também solicitaram o cancelamento imediato das contas correntes na agência bancária. O ato foi simultâneo em vários municípios de Mato Grosso, Juína, Rondonópolis, Sinop, Sorriso entre outros.
Fonte: Vgn Notícias