O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ingressou com uma ação nesta quarta-feira (22) contra decisão judicial que indeferiu o pedido de aplicação de multa de valor não inferior a R$ 200 mil ao padre Paulo Antônio Muller, após ele fazer comentários homofóbicos contra a população LGBTQIA+ durante uma missa na cidade de Tapurah (428 km de Cuiabá), em junho passado.
Na ocasião, o sacerdote pediu para que as pessoas “não chamem as relações dos viados, das lésbicas, do casamento”. E completou dizendo que “isso é uma falta de respeito para com Deus” e que “isso é sacrilégio é blasfêmia”.
De acordo com o MP, a aplicação da multa tem caráter essencialmente preventivo. O órgão diz ainda que “a Igreja não pode ser indiferente, em especial no plano da responsabilidade civil, aos atos praticados por quem age em seu nome ou em proveito da função religiosa que se lhe atribui, sob pena de trair a confiança que nela própria depositam os fiéis”.
O padre também criticou a relação do repórter Erick Rianelli com o seu marido, repórteres da TV Globo, e o chamou de ‘viadinho.’
O MP apontou que o religioso usou seu momento de sermão para induzir e incitar que os fiéis recriminassem o casal de jornalistas, “disseminando verdadeiro discurso de ódio que exorbita a liberdade de expressão e religiosa”.
No recurso, o MPMT também questiona a exclusão da Diocese de Diamantino do polo passivo da ação.
Neste caso, o órgão diz que a relação entre o Padre e a Diocese de Diamantino é mais do que de subordinação, pois o líder religioso ordenado “é para os fiéis a própria personificação da Igreja Católica, no qual, em razão do desempenho de tão importante papel, depositam justas expectativas de retidão moral e santidade”.
Fonte: Gazeta Digital